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sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

O que é "Materialismo Histórico"?



     Nomes estranhos e ininteligíveis. Conceitos complexos que afastam as pessoas da leitura filosófica. Mas não é tão difícil. Basta um pouco de paciência e leitura. Assim, nesta edição vamos falar de um pensador muito citado ultimamente, mas pouco compreendido e, menos ainda, lido. Karl Marx, ele mesmo, o "vilão" da vez.

Dentre muitos conceitos chave para compreender a obra de Karl Marx, um dos mais essenciais é o chamado "Materialismo Histórico". O que é isso afinal? Vamos entender.

Em síntese, Marx considerou que em determinado grau de desenvolvimento das Forças Produtivas, elas tendem a corresponder determinadas Relações de Produção, por exemplo, Relações de Produção de tipo feudal correspondem a Forças Produtivas de tipo Agrícola. No entanto, considera Marx, as Relações de Produção se mantêm enquanto favorecem as Forças Produtivas e são destruídas quando se convertem em obstáculos ou empecilhos para elas. E como as Forças Produtivas, em conexão com o progresso técnico, se desenvolvem mais rapidamente que as Relações de Produção, as quais, exprimindo-se nas relações de propriedade, tendem a permanecer estáticas, segue-se periodicamente uma fase de atrito ou de oposição dialética entre os dois elementos, que gera uma época de revolução social, onde as novas Forças Produtivas são sempre encarnadas por uma classe em ascensão, enquanto as velhas são sempre encarnadas por uma classe dominante em declínio.

Ele observa como exemplo, a Revolução Burguesa que deu fim ao mundo feudal e Aristocrático. Neste momento da história a Relação de Produção mantida pela exploração da produção pelos senhores feudais e aristocratas proprietários de terras e dos meios de produção permaneceram estáticas na sua "nobreza", enquanto a Força Produtiva representada pelo burguês, detentor do Know How de produção e comércio, se desenvolveu nesta Relação de Produção de modo a permitir a capitalização da burguesia ascendo-a à dominância da referida Relação de Produção, tomando o domínio feudal e aristocrada e gerando uma nova Força de Produção, qual seja, o proletário.

E mais, este conjunto de Relações de Produção constitui uma estrutura econômica na sociedade que se torna a base de uma superestrutura jurídica e política correspondente às formas sociais de consciência.

      Em outras palavras, o modo de produção da vida material condiciona todo o processo da vida social, política, jurídica e espiritual.

É evidente que aqui não se pretende resenhar sobre o assunto, muito menos criticá-lo, o que é impossível numa simples coluna com intuito jornalístico, mas permitir ao leitor um contato com o conceito sintetizado do instituto, o qual, basicamente se resume neste movimento evolutivo e dialético das sociedades humanas baseado nas relações entre a força produtiva e os grupos que dominam esta força e que vão nortear toda a atividade daquela sociedade e suas instituições políticas e jurídicas.

          Recomenda-se para aprofundamento no tema, a leitura da obra "A Ideologia Alemã" de Karl Marx.